O Ofício de Trevas, embora o nome
possa dar a entender, não é um rito enigmático e obscuro, mas um das orações
mais belas da Semana Santa. É a recitação do Ofício de Leituras
combinado com Laudes realizado na noite da quarta-feira, na madrugada, ou na
manhã da quinta-feira da Semana Santa e marca o início do Tríduo Pascal.
Durante os séculos houve muitas formas musicadas, inclusive não apenas na forma
gregoriana, mas também na forma de música clássica. Durante muito tempo este
rito permaneceu guardado pela igreja, mas atualmente vem sendo retomado em
diversas paróquias e dioceses do Brasil, inclusive na Diocese de Bonfim e, em
particular na Paróquia do Senhor do Bonfim que, este ano, contou com a
participação de Dom Francisco Canindé Palhano, Pe. Shirleno da Arquidiocese de
Natal e Diácono Luan e aconteceu no ultimo dia 12 de abril.
O Ofício de trevas mostra, de forma
bastante clara, a figura do servo Sofredor e, junto dEle, nos colocamos rezando
e meditando sobre os Sofrimentos de Sua Paixão e Morte na Cruz. Este nome
(Ofício de Trevas) tem diversas explicações. Entre elas:
- As trevas naturais de meia-noite ao anoitecer, ou seja, as horas destinadas à recitação do ofício, lembrando as palavras de Cristo preso nas trevas da noite: “Haec est hora vestra et potestas tenebrarum” (Esta é a vossa hora e do poder das trevas.) (Lc 22, 53);
- As trevas litúrgicas, quando durante as cerimonias da paixão apagam-se todas as luzes na igreja, exceto uma;
- As trevas simbólicas da paixão.
No
Altar foram colocadas sete velas. Uma delas é de cor branca e todas as outras
são feitas de cera amarela e comum, como sinal de luto e pesar. As velas que
vão se apagando representam os discípulos, que pouco a pouco abandonaram Nosso
Senhor Jesus Cristo durante a Paixão.
No
final de cada um dos Salmos que foram cantados, o cerimoniário apagou uma das
velas. Ao mesmo tempo, as luzes da Igreja catedral foram apagadas também. As
velas foram apagadas sucessivamente, até restar apenas uma, a branca. Esta vela
não será apagada. Esta vela branca, significa Nosso Senhor que, por breve
tempo, se retira do meio dos homens e baixa ao túmulo, para reaparecer, pouco
depois, fulgurante de luz e de glória.