quarta-feira, 27 de junho de 2012

27 DE JUNHO: COMEMORAÇÃO LITÚRGICA DO DIA DE NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO

                                                  

                 Pouco se sabe a respeito da autoria artística do quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, apesar de conhecidíssimo pelos católicos do mundo inteiro. Segundo especialistas, há forte indício que o artista seja grego, pois as inscrições estão neste idioma. Esta pintura deve ter sido executada no período compreendido entre os séculos XIII e XIV. A tradução das quatro letras gregas na parte superior da tela significam “Mãe de Deus”. No quadro, o Menino Jesus, ao colo de Nossa Senhora contempla um dos anjos, que respectivamente seguram na mão instrumentos prefigurativos dos sofrimentos futuros, da paixão e morte do Salvador: lança, vara com a esponja, o cálice com fel, cruz e cravos. O quadro é composto de significativos detalhes. O Menino Jesus, amedrontado com a visão dos arcanjos Miguel e Gabriel segurando os referidos instrumentos, busca socorro no colo seguro da Mãe, já que uma das sandálias lhe resta ao pé esquerdo, dependurada só pelo cadarço. Maria o acolhe maternalmente e nos fita com olhar terno, ao mesmo tempo triste, como sinal de apelo à humanidade pelos pecados, causa do sofrimento do seu Filho. A tradução das letras gregas acima do ombro Menino, significam “Jesus Cristo”. Segundo tradições orientais, o quadro, uma pintura em estilo bizantino, é uma reprodução de uma pintura feita por São Lucas, que além de escritor, era também pintor.
              Conta-se que este quadro ficava exposto em um templo na Ilha de Creta, e que fora roubado por um negociante que pretendia levá-lo a Roma a fim de vendê-lo. Quando o navio saiu, uma tremenda tempestade formou-se, causando desespero na tripulação. Todos pediram socorro à Deus à Virgem, ocasião em que a tempestade dissipou-se. A embarcação acabou aportando na Itália, mais ou menos na mesma época em que Colombo trazia da América para a Europa a nau “Santa Maria”. O quadro milagroso de Nossa Senhora foi transportado para a cidade de Roma.
              Posteriormente, após a morte do ladrão, Maria manifestou-se a diversas pessoas, expressando o desejo de que esse quadro fosse venerado na Igreja de São Mateus (hoje Igreja de Santo Afonso), em Roma, a qual está situada entre as Igrejas de Santa Maria Maior e São João de Latrão. Seu desejo não foi atendido e algum tempo depois, o quadro ficou em poder de uma mulher que tinha uma filha de 6 anos.
              Certo dia, Maria apareceu à menininha e lhe indicou um lugar, dizendo: "quero que o quadro seja colocado entre a minha querida Igreja de Santa Maria Maior e a do meu filho São João de Latrão". A própria Virgem Maria, nessa aparição, foi quem deu à menininha o título “Perpétuo Socorro" e lhe manifestou o desejo de ser invocada com este nome. A menina contou o fato à sua mãe e esta resolveu seguir o indicado pela Virgem, entregando a imagem aos padres agostinianos, que residiam na Igreja de São Mateus, onde foi exposta à veneração pública no dia 07 de março de 1499, numa solene procissão. Lá permaneceu por três séculos tornando-se centro de peregrinação católica.
            No ano de 1778, por ocasião da guerra civil, o venerável templo foi destruído, mas o quadro foi preservado e graças aos religiosos agostinianos, foi levado a salvo para o seu novo mosteiro, junto à Igreja de Santa Maria in Posterula, lado oposto da cidade.
              O último membro da Congregação a fazer profissão religiosa no templo de São Mateus foi o frade Agostinho Orsetti. Com idade avançada e sentindo a proximidade da morte, recebia as visitas de um jovem amigo, Miguel Marchi, a quem lembrou por diversas vezes da Virgem do Perpétuo Socorro: “Não te esqueças, Miguel, - disse ele - que a imagem que está na capela é a mesma que foi por muito tempo venerada em São Mateus. Quantos milagres sucederam!”. Mais tarde, quando o jovem já pertencia à Ordem dos Redentoristas, ouvindo que um confrade seu encontrara documentos preciosos, relatou tudo o que ouvira do Frei Orsetti a respeito do quadro.
             Passado algum tempo, o Papa Pio IX chamou para Roma os redentoristas, e nessa ocasião veio à tona a questão sobre a santa imagem. Os padres redentoristas solicitaram ao Papa que o quadro fosse colocado na Igreja de Santo Afonso, construída no mesmo lugar em que estivera a Igreja de São Mateus, ora destruída pela guerra. Atendendo ao pedido, o Papa disse: “É a nossa vontade que a imagem da Santíssima Virgem volte para a Igreja localizada entre Santa Maria Maior e São João de Latrão”. Ao mesmo tempo, deu ordem aos redentoristas que divulgassem a devoção ao mundo inteiro. No dia 26 de abril de 1866, a imagem foi solenemente levada em procissão para o local de sua escolha, a Igreja de Santo Afonso, grande apóstolo e defensor de Maria. A devoção hoje encontra-se presente no mundo inteiro e milhões de cópias foram reproduzidas em todo o globo.

REFLEXÕES

            O quadro de Nossa Senhora do Pertétuo Socorro resume, em poucos detalhes, um leque enorme de mensagens. A estampa expressa símbolos altamente significativos da fé: devoção mariana, Nascimento, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. A figura do Menino Jesus remonta o seu divino Nascimento. Ao mesmo tempo, a atitude do Menino diante da visão aterradora, O transporta à mesma sensação que iria sentir no Horto das Oliveiras. Busca Ele, no colo de Maria, Sua Mãe, socorro, proteção, consolo e segurança. Este é o ângulo do espectador em relação ao quadro. Um segundo ângulo, porém, do quadro para o espectador, ou de Maria para a humanidade, traduz um significado tão profundo quanto o primeiro: Maria se coloca como referência diante dos nossos pecados, intercedendo por nós junto a Jesus. Diante dos nossos sofrimentos, Ela é o nosso colo, nossa segurança, nosso Perpétuo Socorro. A riqueza de informações atinge extrema magnitude. Deve ser mesmo reprodução de um quadro de São Lucas, pois quase não dá para conceber como tantas informações possam caber em tão pouco espaço: 1) Parte superior - iniciais em grego para "Mãe de Deus"; 2) Auréola - colocada em 1867 a pedido do Vaticano pelos milagres atribuídos a Ela; 3) Estrela no Véu - Ela, a Estrela do Mar, que traz a Luz ao mundo e a Luz que nos conduz ao porto Seguro da Eternidade; 4) Inicial em grego sobre o arcanjo Miguel - que apresenta a lança, a esponja e o cálice da Paixão; 5) Inicial em grego sobre o arcanjo Gabriel - que apresenta a Cruz e os cravos, instrumentos da morte de Jesus; 6) Os olhos de Maria - grandes e voltados para nossas necessidades; 7) A boca pequena de Maria - recolhimento e o silêncio; 8) Iniciais gregas acima do Menino, que significa "Jesus Cristo". 9) Túnica Vermelha - distintivo das virgens no tempo de Nossa Senhora; 10) De mão dada com o Menino - Mão de consolo de Maria, significando também sua intercessão em favor dos homens; 11) Manto azul escuro - Maternidade e Virgindade de Maria; 12) Mão esquerda de Maria - apoio e sustento à humanidade; 13) Fundo Amarelo - representa o ouro, simbolizando a glória do Paraíso; 14) Sandália caída - nosso consolo ante as dificuldades e atropelos da vida.

ORAÇÃO - Ó Senhora do Perpétuo Socorro, mostrai-nos que sois verdadeiramente nossa Mãe obtendo-me o seguinte benefício: (faz-se o pedido) e a graça de usar dela para a glória de Deus e a salvação de minha alma.
Ó glorioso Santo Afonso, que por vossa confiança na bem-aventurada Virgem conseguistes tantos favores e tão perfeitamente provastes, em vossos admiráveis escritos, que todas as graças nos vêm de Deus pela intercessão de Maria, alcançai-me a mais terna confiança para com nossa Mãe do Perpétuo Socorro e rogai-lhe, com instância, me conceda o favor que reclamo de seu poder e bondade maternal.
Eterno Pai, em nome de Jesus e pela intercessão de nossa Mãe do Perpétuo Socorro e de Santo Afonso, peço-vos me atendais para vossa glória e bem da minha alma. Amém.

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rogai por nós.

SALMO DO DIA





— Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!
— Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!


 — Ensinai-me a viver vossos preceitos; quero guardá-los fielmente até o fim!
— Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei, e de todo o coração a guardarei.
— Guiai meus passos no caminho que traçastes, pois só nele encontrarei felicidade.
— Inclinai meu coração às vossas leis, e nunca ao dinheiro e à avareza.
— Desviai o meu olhar das coisas vãs, dai-me a vida pelos vossos mandamentos!
— Como anseio pelos vossos mandamentos! Dai-me a vida, ó Senhor, porque sois justo!

29 DE JUNHO DIA DE SÃO PEDRO


                  Inicialmente um pobre pescador da Galiléia nascido em Betsaida, às margens do rio Jordão, junto ao lago de Genesaré, que se tornou discípulo de Jesus, conhecido como o Príncipe dos Apóstolos, e tido como fundador da Igreja Cristã em Roma e considerado pela Igreja Católica como seu primeiro Papa (42-67). Ignora-se a precisa data de seu nascimento e as principais fontes de informação sobre sua vida são os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), onde aparece com destaque em todas as narrativas evangélicas, os Atos dos Apóstolos, as epístolas de Paulo e as duas epístolas do próprio apóstolo. Filho de Jonas, da tribo de Neftali, e irmão do apóstolo André, seu nome original era Simão e na época de seu encontro com Cristo morava em Cafarnaum, com a família da mulher (Lc 4,38-39). Pescador, tal como os apóstolos Tiago e João, trabalhava com o irmão e o pai e foi apresentado a Jesus, em Betânia, por seu irmão que já era discípulo de São João Batista e lá tinha ido conhecer o Cristo, por indicação de São João. No primeiro encontro Jesus o chamou de Cefas, que significava pedra, em aramaico, determinando, assim, ser ele o apóstolo escolhido para liderar os primeiros propagadores da fé cristã pelo mundo. Jesus, além de muda-lhe o nome, o escolheu como chefe da cristandade aqui na terra: "E eu te digo: Tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus" (Mt. 16: 18-19). Convertido, despontou como líder dos doze apóstolos, foi o primeiro a perceber em Jesus o filho de Deus. Junto com seu irmão e os irmãos Tiago e João Evangelista, fez parte do círculo íntimo de Jesus entre os doze, participando dos mais importante milagres do Mestre sobre a terra. Teve, também, seus momentos controvertidos, como quando usou a espada para defender Jesus e na passagem da tripla negação, e de consagração, pois foi a ele que Cristo apareceu pela primeira vez depois de ressuscitar. Após a Ascensão, presidiu a assembléia dos apóstolos que escolheu Matias para substituir Judas Iscariotes, fez seu primeiro sermão no dia de Pentecostes e peregrinou por várias cidades. Fundou as linhas apostólicas de Antioquia e Síria (as mais antigas sucessões do Cristianismo, precedendo as de Roma em vários anos) que sobrevivem em várias ortodoxias Sírias. Encontrou-se com São Paulo, em Jerusalém, e apoiou a iniciativa deste, Paulo de Tarso, de incluir os não judeus na fé cristã, sem obrigá-los a participarem dos rituais de iniciação judaica. Após esse encontro, foi preso por ordem do rei Agripa I, encaminhado à Roma durante o reinado de Nero, onde passou a viver. Ali fundou e presidiu à comunidade cristã, base da Igreja Católica Romana, e, por isso, segundo a tradição, foi executado por ordem de Nero. Conta-se, também, que pediu aos carrascos para ser crucificado de cabeça para baixo, por se julgar indigno de morrer na mesma posição de Cristo Salvador. Seu túmulo se encontra sob a catedral de S. Pedro, no Vaticano, e é autenticado por muitos historiadores. É festejado no dia 29 de junho, um dia de importantes manifestações folclóricas, principalmente no Nordeste brasileiro.
              "Se Santo Antônio era casamenteiro, São João, o santo distraído, São Pedro, o mais sério dos três santos, representava a última esperança de casamento para as jovens. 
              Diziam que Santo Antônio arranjava logo marido, São João escolhia mais, e o melhor marido era arrumado por São Pedro, pois o santo fazia as coisas bem feitas."
              E muitas eram as sortes - a aliança amarrada a um fio de cabelo bateria na borda do copo o tempo de espera pelo eleito; a cera pingaria no fundo de um prato a forma da letra de seu nome e uma chave debaixo do travesseiro propiciaria os sonhos com o amado. Papeizinhos com versos de amor amanheciam à janela dos jovens enamorados.
             Nas comemorações da festa de São Pedro, protetor dos pescadores, embora mais simples, também, são encontrados os componentes dos festejos juninos e, ainda, procissões marítimas no litoral e fluviais no rio São Francisco.