O
dízimo é também um sinal concreto de amor e gratidão a Deus pelos dons que
recebemos, sobretudo, pelo seu imenso amor que nos quer participantes de sua
vida. Para ajudar-nos na reflexão, vejamos como escreve São Paulo aos
Coríntios, ao motivar uma coleta em benefício dos cristãos de Jerusalém, em
urgente necessidade: “É
bom lembrar: ‘Quem semeia pouco também colherá pouco, e quem semeia com
largueza colherá também com largueza’. Que cada um dê conforme tiver decidido
em seu coração, sem pesar nem constrangimento, pois ‘Deus ama quem dá com
alegria’. Deus é poderoso para vos cumular de toda sorte de graças, para que,
em tudo, tenhais sempre o necessário e ainda tenhais de sobra para empregar em
alguma boa obra” (2Cor 9, 6-8). Neste texto bíblico, como em outros,
percebemos que o dízimo ou outras contribuições praticadas nas primeiras
comunidades cristãs tornam-se expressão de um ato de fé, de gratidão, de amor a
Deus e aos irmãos.
Segundo
o verdadeiro espírito do dízimo cristão, todo batizado é convidado a ajudar em
sua comunidade, proporcionalmente com sua situação de vida; a contribuição dos
pobres, por menor que seja, é também muito valiosa e importante, pois ninguém é
tão pobre que não tenha nada a repartir; o que lembra a oferta da viúva,
elogiada por Jesus no evangelho (Mc 12, 41-44). E quem tem mais recursos ajude
generosamente na proporção de suas possibilidades. O dízimo não é imposição,
mas ato generoso, coerente com a vida cristã, orientado pelo mandamento do
amor, que Jesus nos deixou.