A SANTA MISSA É O CULTO MAIS SUBLIME QUE OFERECEMOS AO SENHOR.
Instrução Geral ao Missal Romano, n.º
24:
“Os ritos iniciais ou as partes que
precedem a liturgia da palavra, isto é, cântico de entrada, saudação, ato
penitencial, Senhor, Glória e oração da coleta, têm o caráter de exórdio,
introdução e preparação. Estes ritos têm por finalidade fazer com que os fiéis,
reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir
atentamente a Palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”.
1. Comentário Inicial
Este tem por fim introduzir os fiéis ao
mistério celebrado. Sua posição correta seria após a saudação do padre, pois ao
nos encontrarmos com uma pessoa primeiro a saudamos para depois iniciarmos
qualquer atividade com ela.
2. Canto de Entrada
“Reunido o povo, enquanto o sacerdote
entra com os ministros, começa o canto de entrada. A finalidade desse canto é
abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério do
tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos
ministros”(IGMR n.25)
Durante o canto de entrada percebemos
alguns elementos que compõem o início da missa:
a) O canto
Durante a missa, todas as músicas fazem
parte de cada momento. Através da música participamos da missa cantando. A
música não é simplesmente acompanhamento ou trilha musical da celebração: a
música é também nossa forma de louvarmos a Deus. Daí a importância da
participação de toda assembléia durante os cantos.
b) A procissão
O povo de Deus é um povo peregrino, que
caminha rumo ao coração do Pai. Todas as procissões têm esse sentido: caminho a
se percorrer e objetivo a que se quer chegar.
c) O beijo no altar
Durante a missa, o pão e o vinho são
consagrados no altar, ou seja, é no altar que ocorre o mistério eucarístico. O
presidente da celebração ao chegar beija o altar, que representa Cristo, em
sinal de carinho e reverência por tão sublime lugar.
Por incrível que possa parecer, o local
mais importante de uma igreja é o altar, pois ao contrário do que muita gente
pensa, as hóstias guardadas no sacrário nunca poderiam estar ali se não
houvesse um altar para consagrá-las.
3. Saudação
a) Sinal da Cruz
O presidente da celebração e a
assembléia recordam-se por que estão celebrando a missa. É, sobretudo pela
graça de Deus, em resposta ao seu amor. Nenhum motivo particular deve
sobrepor-se à gratuidade. Pelo sinal da cruz nos lembramos que pela cruz de
Cristo nos aproximamos da Santíssima Trindade.
b) Saudação
Retirada na sua maioria dos
cumprimentos de Paulo, o presidente da celebração e a assembléia se saúdam. O
encontro eucarístico é movido unicamente pelo amor de Deus, mas também é
encontro com os irmãos.
4. Ato Penitencial
Após saudar a assembléia presente, o
sacerdote convida toda assembléia a, em um momento de silêncio, reconhecer-se
pecadora e necessitada da misericórdia de Deus. Após o reconhecimento da
necessidade da misericórdia divina, o povo a pede em forma de ato de contrição: Confesso
a Deus Todo-Poderoso... Em forma de diálogo por versículos bíblicos: Tende
compaixão de nós... Ou em forma de ladainha: Senhor, que
viestes salvar... Após, segue-se a absolvição do sacerdote. Tal ato
pode ser substituído pela aspersão da água, que nos convida a rememorar-nos o
nosso compromisso assumido pelo batismo e através do simbolismo da água
pedirmos para sermos purificados.
Cabe aqui dizer, que o “Senhor, tende
piedade” não pertence necessariamente ao ato penitencial. Este se dá após a
absolvição do padre e é um canto que clama pela piedade de Deus. Daí ser um
erro omiti-lo após o ato penitencial quando este é cantando.
5. Hino de Louvor
Espécie de salmo composto pela Igreja,
o glória é uma mistura de louvor e súplica, em que a assembléia congregada no
Espírito Santo, dirige-se ao Pai e ao Cordeiro. É proclamado nos domingos -
exceto os do tempo da quaresma e do advento - e em celebrações especiais, de
caráter mais solene. Pode ser cantado, desde que mantenha a letra original e na
íntegra.
6. Oração da Coleta
Encerra o rito de entrada e introduz a
assembléia na celebração do dia.
“Após o convite do celebrante, todos se
conservam em silêncio por alguns instantes, tomando consciência de que estão na
presença de Deus e formulando interiormente seus pedidos. Depois o sacerdote
diz a oração que se costuma chamar de ‘coleta’, a qual a assembléia dá o seu
assentimento com o ‘Amém’ final” (IGMR 32).
Dentro da oração da coleta podemos
perceber os seguintes elementos: invocação, pedido e finalidade.
O RITO DA PALAVRA
O Rito da Palavra é a segunda parte da missa, e também a segunda mais
importante, ficando atrás, somente do Rito Sacramental, que é o auge de toda
celebração.
Iniciamos esta parte sentados, numa posição cômoda que facilita a
instrução. Normalmente são feitas três leituras extraídas da Bíblia: em geral
um texto do Antigo Testamento, um texto epistolar do Novo Testamento e um texto
do Evangelho de Jesus Cristo, respectivamente. Isto, porém, não significa que
será sempre assim; às vezes a 1ª leitura cede espaço para um outro texto do
Novo Testamento, como o Apocalipse, e a 2ª leitura, para um texto extraído dos
Atos dos Apóstolos; é raro acontecer, mas acontece... Fixo mesmo, apenas o
Evangelho, que será extraído do livro de Mateus, Marcos, Lucas ou João.
1.Primeira Leitura
Como já dissemos, a primeira leitura costuma a ser extraída do Antigo
Testamento.
Isto é feito para demonstrar que já o Antigo Testamento previa a vinda
de Jesus e que Ele mesmo o cumpriu (cf. Mt 5,17). De fato, não poucas vezes os
evangelistas citam passagens do Antigo Testamento, principalmente dos profetas,
provando que Jesus era o Messias que estava para vir.
O leitor deve ler o texto com calma e de forma clara. Por esse motivo,
não é recomendável escolher os leitores poucos instantes antes do início da
missa, principalmente pessoas que não têm o costume de freqüentar aquela
comunidade. Quando isso acontece e o "leitor", na hora da leitura,
começa a gaguejar, a cometer erros de leitura e de português, podemos ter a
certeza de que, quando ele disser: "Palavra do Senhor", a resposta da
comunidade, "Graças a Deus", não se referirá aos frutos rendidos pela
leitura, mas sim pelo alívio do término de tamanha catástrofe!
Ora, se a fé vem pelo ouvido, como declara o Apóstolo, certamente o
leitor deve ser uma pessoa preparada para exercer esse ministério; assim, é
interessante que a Equipe de Celebração seja formada, também, por leitores
"profissionais", ou seja, especial e previamente selecionados.
2.Salmo Responsorial
O Salmo Responsorial também é retirado da Bíblia, quase sempre (em 99%
dos casos) do livro dos Salmos. Muitas comunidades recitam-no, mas o correto
mesmo é cantá-lo... Por isso uma ou outra comunidade possui, além do cantor, um
salmista, já que muitas vezes o salmo exige uma certa criatividade e
espontaneidade, uma vez que as traduções do hebraico (ou grego) para o
português nem sempre conseguem manter a métrica ou a beleza do original.
Assim, quando cantado, acaba lembrando um pouco o canto gregoriano e, em
virtude da dificuldade que exige para sua execução, acaba sendo simplesmente -
como já dissemos - recitado (perdendo mais ainda sua beleza).
3.Segunda Leitura
Da mesma forma como a primeira leitura tem como costume usar textos do
Antigo Testamento, a segunda leitura tem como característica extrair textos do
Novo Testamento, das cartas escritas pelos apóstolos (Paulo, Tiago, Pedro, João
e Judas), mais notadamente as escritas por São Paulo.
Esta leitura tem, portanto, como objetivo, demonstrar o vivo ensinamento
dos Apóstolos dirigido às comunidades cristãs.
A segunda leitura deve ser encerrada de modo idêntico ao da primeira
leitura, com o leitor exclamando: "Palavra do Senhor!" e
a comunidade respondendo com: "Graças a Deus!".
4.Canto De Aclamação Ao Evangelho
Feito o comentário ao Evangelho, a assembléia a se põe de pé, para
aclamar as palavras de Jesus. O Canto de Aclamação tem como característica
distintiva a palavra "Aleluia", um termo hebraico que significa
"louvai o Senhor". Na verdade, estamos felizes em poder ouvir as
palavras de Jesus e estamos saudando-O como fizeram as multidões quando Ele
adentrou Jerusalém no domingo de Ramos.
Percebemos, assim, que o Canto de Aclamação, da mesma forma que o Hino
de Louvor, não pode ser cantado sem alegria, sem vida. Seria como se não
confiássemos Naquele que dá a vida e que vem até nós para pregar a palavra da
Salvação. O Canto deve ser tirado do lecionário, pois se identifica com a
leitura do dia, por isso não se pode colocar qualquer música como aclamação,
não basta que tenha a palavra aleluia.
Comprovando este nosso ponto de vista está o fato de que durante o tempo
da Quaresma e do Advento, tempos de preparação para a alegria maior, também a
palavra "Aleluia" não aparece no Canto de Aclamação ao Evangelho.
5.Evangelho
Antes de iniciar a leitura do Evangelho, se estiver sendo feito uso de
incenso, o sacerdote ou o diácono (depende de quem for ler o texto), incensará
a Bíblia e, logo a seguir, iniciará a leitura do texto.
O texto do Evangelho é sempre retirado dos livros canônicos de Mateus,
Marcos, Lucas e João, e jamais pode ser omitido. É falta gravíssima não
proceder a leitura do Evangelho ou substituí-lo pela leitura de qualquer outro
texto, inclusive bíblico.
Ao encerrar a leitura do Evangelho, o sacerdote ou diácono profere a
expressão: "Palavra da Salvação!" e toda a
comunidade glorifica ao Senhor, dizendo: "Glória a vós,
Senhor!". Neste momento, o sacerdote ou diácono, em sinal de veneração
à Palavra de Deus, beija a Bíblia (rezando em silêncio: "Pelas
palavras do santo Evangelho sejam perdoados os nossos pecados") e todo
o povo pode voltar a se sentar.
6.Homilia
A homilia nos recorda o Sermão da Montanha, quando Jesus subiu o Monte
das Oliveiras para ensinar todo o povo reunido. Observe-se que o altar já se
encontra, em relação aos bancos onde estão os fiéis, em ponto mais alto,
aludindo claramente a esse episódio.
Da mesma forma como Jesus ensinava com autoridade, após sua ascensão, a
Igreja recebeu a incumbência de pregar a todos os povos e ensinar-lhes a observar
tudo aquilo que Cristo pregou. A autoridade de Cristo foi, portanto, passada à
Igreja.
A homilia é o momento em que o sacerdote, como homem de Deus, traz para
o presente aquela palavra pregada por Cristo há dois mil anos. Neste momento,
devemos dar ouvidos aos ensinamentos do sacerdote, que são os mesmos
ensinamentos de Cristo, pois foi o próprio Cristo que disse: "Quem
vos ouve, a mim ouve. Quem vos rejeita, a mim rejeita" (Lc
10,16). Logo, toda a comunidade deve prestar atenção às palavras do sacerdote.
A homilia é obrigatória aos domingos e nas solenidades da Igreja. Nos
demais dias, ela também é recomendável, mas não obrigatória.
7.Profissão De Fé (Credo)
Encerrada a homilia, todos ficam de pé para recitar o Credo. Este nada
mais é do que um resumo da fé católica, que nos distingue das demais religiões.
É como que um juramento público, como nos lembra o PE Luiz Cechinatto.
Embora existam outros Credos católicos, expressando uma única e mesma
verdade de fé, durante a missa costuma-se a recitar o Símbolo dos Apóstolos,
oriundo do séc. I, ou o Símbolo Niceno-Constantinopolitano, do séc. IV. O
primeiro é mais curto, mais simples; o segundo, redigido para eliminar certas
heresias a respeito da divindade de Cristo, é mais longo, mais completo. Na prática,
usa-se o segundo nas grandes solenidades da Igreja.
8.Oração Da Comunidade
A Oração da Comunidade ou Oração dos Fiéis, como também é conhecida,
marca o último ato do Rito da Palavra. Nela toda a comunidade apresenta suas
súplicas ao Senhor e intercede por todos os homens.
Alguns pedidos não devem ser esquecidos pela comunidade:
·
As necessidades da Igreja.
·
As autoridades públicas.
·
Os doentes, abandonados e
desempregados.
·
A paz e a salvação do mundo inteiro.
·
As necessidades da Comunidade Local
A introdução e o encerramento da Oração da Comunidade devem ser feitas
pelo sacerdote. Quando possível, devem ser feitos espontaneamente. As preces
podem ser feitas pelo comentarista, mas o ideal é que sejam feitas pela equipe
de Liturgia, ou ainda pelos próprios fiéis. Cada prece deve terminar com
expressões como: "Rezemos ao Senhor", entre outras,
para que a comunidade possa responder com: "Senhor, escutai a
nossa prece" ou "Ouvi-nos, Senhor”
Quando o sacerdote conclui a Oração da Comunidade, dizendo, por exemplo: "Atendei-nos,
ó Deus, em vosso amor de Pai, pois vos pedimos em nome de Jesus Cristo, vosso
Filho e Senhor nosso”. a assembléia encerra com um: "Amém!".
RITO SACRAMENTAL
Na liturgia eucarística atingimos
o ponto alto da celebração. Durante ela a Igreja irá tornar presente o
sacrifício que Cristo fez para nossa salvação. Não se trata de outro
sacrifício, mas sim de trazer à nossa realidade a salvação que Deus nos deu.
Durante esta parte a Igreja eleva ao Pai, por Cristo, sua oferta e Cristo dá-se
como oferta por nós ao Pai, trazendo-nos graças e bênçãos para nossas vidas.
É durante a liturgia eucarística que
podemos entender a missa como uma ceia, pois afinal de contas nela podemos
enxergar todos os elementos que compõem uma: temos a mesa - mais propriamente a
mesa da Palavra e a mesa do pão. Temos o pão e o vinho, ou seja, o alimento
sólido e líquido presentes em qualquer ceia. Tudo conforme o espírito da ceia
pascal judaica, em que Cristo instituiu a eucaristia.
E de fato, a Eucaristia no início da
Igreja era celebrada em uma ceia fraterna. Porém foram ocorrendo alguns abusos,
como Paulo os sinaliza na Primeira Carta aos Coríntios. Aos poucos foi sendo
inserida a celebração da palavra de Deus antes da ceia fraterna e da
consagração. Já no século II a liturgia da Missa apresentava o esquema que
possui hoje em dia.
Após essa lembrança de que a Missa
também é uma ceia, podemos nos questionar sobre o sentido de uma ceia, desde o
cafezinho oferecido ao visitante até o mais requintado jantar diplomático. Uma
ceia significa, entre outros: festa, encontro, união, amor, comunhão,
comemoração, homenagem, amizade, presença, confraternização, diálogo, ou seja,
vida. Aplicando esses aspectos a Missa, entenderemos o seu significado,
principalmente quando vemos que é o próprio Deus que se dá em alimento. Vemos
que a Missa também é um convívio no Senhor.
A liturgia eucarística divide-se em:
apresentação das oferendas, oração eucarística e rito da comunhão.
1. Apresentação das Oferendas
Apesar de conhecida como ofertório,
esta parte da Missa é apenas uma apresentação dos dons que serão ofertados
junto com o Cristo durante a consagração. Devido ao fato de maioria das Missas
essa parte ser cantada não podemos ver o que acontece durante esse momento.
Conhecendo esses aspectos poderemos dar mais sentido à celebração.
Analisemos inicialmente os elementos do
ofertório: o pão o vinho e a água. O que significam? De fato foram os elementos
utilizados por Cristo na última ceia, mas eles possuem todo um significado
especial:
1) o pão e o vinho representam a vida do homem, o que ele é, uma vez que ninguém vive sem comer nem beber;
2) representam também o que o homem faz, pois ninguém vai à roça colher pão nem na fonte buscar vinho;
3) em Cristo o pão e o vinho adquirem um novo significado, tornando-se o Corpo e o Sangue de Cristo. Como podemos ver, o que o homem é, e o que o homem faz adquirem um novo sentido em Jesus Cristo.
1) o pão e o vinho representam a vida do homem, o que ele é, uma vez que ninguém vive sem comer nem beber;
2) representam também o que o homem faz, pois ninguém vai à roça colher pão nem na fonte buscar vinho;
3) em Cristo o pão e o vinho adquirem um novo significado, tornando-se o Corpo e o Sangue de Cristo. Como podemos ver, o que o homem é, e o que o homem faz adquirem um novo sentido em Jesus Cristo.
E a água? Durante a apresentação das
oferendas, o sacerdote mergulha algumas gotas de água no vinho. E o porquê
disso? Sabemos que no tempo de Jesus os judeus bebiam vinho diluído em um pouco
de água, e certamente Cristo também devia fazê-lo, pois era verdadeiramente
homem. Por outro lado, a água quando misturada ao vinho adquire a cor e o sabor
deste. Ora, as gotas de água representam a humanidade que se transforma quando
diluída em Cristo.
Os tempos da preparação das oferendas:
a) Preparação do altar
“Em primeiro lugar prepara-se o altar
ou a mesa do Senhor, que é o centro de toda liturgia eucarística, colocando-se
nele o corporal, o purificatório, o cálice e o missal, a não ser que se prepare
na credência”(IGMR 49).
b) Procissão das oferendas
Neste momento, trazem-se os dons em
forma de procissão. Lembrando que o pão e o vinho representam o que é o homem e
o que ele faz, esta procissão deve revestir-se do sentimento de doação, ao
invés de ser apenas uma entrega da água e do vinho ao sacerdote.
c) Apresentação das oferendas a Deus
O sacerdote apresenta a Deus as
oferendas através da fórmula: Bendito sejais... e o povo
aclama: Bendito seja Deus para sempre! Este momento passa
despercebido da maioria das pessoas devido ao canto do ofertório. O ideal seria
que todo o povo participasse desse momento, sendo o canto usado apenas durante
a procissão e a coleta fosse feita sem as pessoas saírem de seus locais. O canto
não é proibido, mas deve procurar durar exatamente o tempo da apresentação das
oferendas, para que o sacerdote não fique esperando para dar prosseguimento à
celebração.
d) A coleta do ofertório
Já nas sinagogas hebraicas, após a
celebração da Palavra de Deus, as pessoas costumavam deixar alguma oferta para
auxiliar as pessoas pobres. E de fato, este momento do ofertório só tem sentido
se reflete nossa atitude interior de dispormos os nossos dons em favor do
próximo. Aqui, o que importa não é a quantidade, mas sim o nosso desejo de
assim como Cristo, nos darmos pelo próximo. Representa o nosso desejo de aos
poucos, deixarmos de celebrar a eucaristia para nos tornarmos eucaristia.
e) O lavar as mãos
Após o sacerdote apresentar as
oferendas ele lava suas mãos. Antigamente, quando as pessoas traziam os
elementos da celebração de suas casas, este gesto tinha caráter utilitário,
pois após pegar os produtos do campo era necessário que lavasse as mãos. Hoje
em dia este gesto representa a atitude, por parte do sacerdote, de tornar-se
puro para celebrar dignamente a eucaristia.
f) O Orai Irmãos...
Agora o sacerdote convida toda
assembléia a unir suas orações à ação de graças do sacerdote.
g) Oração sobre as Oferendas
Esta oração coleta os motivos da ação
de graças e lança no que segue, ou seja, a oração eucarística. Sempre muito
rica, deve ser acompanhada com muita atenção e confirmada com o nosso amém!
2. A Oração Eucarística
É na oração eucarística em que
atingimos o ponto alto da celebração. Nela, através de Cristo que se dá por
nós, mergulhamos no mistério da Santíssima Trindade, mistério da nossa
salvação:
“A oração eucarística é o centro e
ápice de toda celebração, é prece de ação de graças e santificação. O sacerdote
convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e na ação de graças e o
associa à prece que dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em nome de toda
comunidade. O sentido desta oração é que toda a assembléia se una com Cristo na
proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício” (IGMR 54).
a) Prefácio
Após o diálogo introdutório, o prefácio
possui a função de introduzir a assembléia na grande ação de graças que se dá a
partir deste ponto. Existem inúmeros prefácios, abordando sobre os mais
diversos temas: a vida dos santos, Nossa Senhora, Páscoa etc.
b) O Santo
É a primeira grande aclamação da
assembléia a Deus Pai em Jesus Cristo. O correto é que seja sempre cantado,
levando-se em conta a maior fidelidade possível à letra da oração original.
c) A invocação do Espírito Santo
Através dele Cristo realizou sua ação
quando presente na história e a realiza nos tempos atuais. A Igreja nasce do
espírito Santo, que transforma o pão e o vinho. A Igreja tem sua força na
Eucaristia.
d) A consagração
Deve ser toda acompanhada por nós. É
reprovável o hábito de permanecer-se de cabeça baixa durante esse momento.
Reprovável ainda é qualquer tipo de manifestação quando o sacerdote ergue a
hóstia, pois este é um momento sublime e de profunda adoração. Nesse momento o
mistério do amor do Pai é renovado em nós. Cristo dá-se por nós ao Pai trazendo
graças para nossos corações. Daí ser esse um momento de profundo silêncio.
e) Preces e intercessões
Reconhecendo a ação de Cristo pelo
Espírito Santo em nós, a Igreja pede a graça de abrir-se a ela, tornando-se uma
só unidade. Pede para que o papa e seus auxiliares sejam capazes de levar o
Espírito Santo a todos. Pede pelos fiéis que já se foram e pede a graça de, a
exemplo de Nossa Senhora e dos santos, os fiéis possam chegar ao Reino para
todos preparados pelo Pai.
f) Doxologia Final
É uma espécie de resumo de toda a
oração eucarística, em que o sacerdote tendo o Corpo e Sangue de Cristo em suas
mãos louva ao Pai e toda assembléia responde com um grande “amém”,
que confirma tudo aquilo que ela viveu. O sacerdote a diz sozinho.
3. Rito da Comunhão
A oração eucarística representa a
dimensão vertical da Missa, em que nos unimos plenamente a Deus em Cristo. Após
alcançarmos a comunhão com Deus Pai, o desencadeamento natural dos fatos é o
encontro com os irmãos, uma vez que Cristo é único e é tudo em todos. Este é o
momento horizontal da Missa. Tem também esse momento o intuito de preparar-nos
ao banquete eucarístico.
a) O Pai-Nosso
É o desfecho natural da oração
eucarística. Uma vez que unidos a Cristo e por ele reconciliados com Deus, nada
mais oportuno do que dizer: Pai nosso... Esta oração deve ser
rezada em grande exaltação, se for cantada, deve seguir exatamente as palavras
ditas por Cristo, quando as ensinou aos discípulos. Após o Pai Nosso segue o
seu embolismo, ou seja, a continuação do último pensamento da
oração. Segue aqui uma observação: o único local em que não dizemos “amém” ao
final do Pai Nosso é na Missa, dada a continuidade da oração expressa no
embolismo.
b) Oração pela paz
Uma vez reconciliados em Cristo,
pedimos que a paz se estenda a todas as pessoas, presentes ou não, para que
possam viver em plenitude o mistério de Cristo. Pede-se também a Paz para a
Igreja, para que, desse modo, possa continuar sua missão. Esta oração é rezada
somente pelo sacerdote.
c) O cumprimento da Paz
É um gesto simbólico, uma saudação
pascal. Por ser um gesto simbólico não há a necessidade em sair do local
para cumprimentar a todos na Igreja. Se todos tivessem em mente o simbolismo
expresso nesse momento não seria necessária a dispersão que o caracteriza na
maioria dos casos. Também não é permitido que se cante durante esse momento,
uma vez que deveria durar pouco tempo.
d) O Cordeiro de Deus
O sacerdote e a assembléia se preparam
em silêncio para a comunhão. Neste momento o padre mergulha um pedaço do pão no
vinho, representando a união de Cristo presente por inteiro nas duas espécies.
A seguir todos reconhecem sua pequenez diante de Cristo e como o Centurião
exclamam: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas
dizei uma só palavra e serei salvo. Cristo não nos dá apenas sua
palavra, mas dá-se por amor a cada um de nós.
e) A comunhão
Durante esse momento a assembléia
dirige-se à mesa eucarística. O canto deve procurar ser um canto de louvor
moderado, salientando a doação de Cristo por nós. A comunhão pode ser recebida
nas mãos ou na boca, tendo o cuidado de, no primeiro caso, a mão que recebe a
hóstia não ser a mesma que a leva a boca. Aqueles que por um motivo ou outro
não comungam, por não se encontrarem devidamente preparados (estado de graça
santificante) é importante que façam desse momento também um momento de
encontro com o Cristo, no que chamamos de Comunhão Espiritual. Após a comunhão
segue-se a ação de graças, que pode ser feita em forma de um canto ou pelo
silêncio, que dentro da liturgia possui sua linguagem importantíssima. O que
não pode é esse momento ser esquecido ou utilizado para conversar com quem está
ao nosso lado.
f) Oração após a comunhão
Infelizmente criou-se o mau costume em
nossas assembléias de se fazer essa oração após os avisos, como uma espécie de
convite apressado para se ir embora. Esta oração liga-se ainda a liturgia
eucarística, e é o seu fechamento, pedindo a Deus as graças necessárias para se
viver no dia-a-dia tudo que se manifestou perante a assembléia durante a
celebração.
RITOS FINAIS
“O rito de encerramento da
Missa consta fundamentalmente de três elementos: a saudação do sacerdote, a
bênção, que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa pela oração
sobre o povo, ou por outra forma mais solene, e a própria despedida, em que se
despede a assembléia, afim de que todos voltem ás suas atividades louvando e
bendizendo o Senhor com suas boas obras” (IGMR 57).
a)Saudação
Para muitos, este momento é um alívio,
está cumprido o preceito dominical. Mas para outros, esta parte é o envio, é o
início da transformação do compromisso assumido na Missa em gestos e atitudes
concretas. Ouvimos a Palavra de Deus e a aceitamos em nossas vidas. Revivemos a
Páscoa de Cristo, assumindo também nós esta passagem da morte para a vida e
unimo-nos ao sacrifício de Cristo ao reconhecer nossa vida como dom de Deus e
orientando-a em sua direção.
b)Avisos
Sem demais delongas, este momento é o
oportuno para dar-se avisos à comunidade, bem como para as últimas orientações
do presidente da celebração.
c)Benção Final
Após, segue-se a bênção do sacerdote e
a despedida. Para alguns liturgistas, esse momento é um momento de envio, pois
o sacerdote abençoa os fiéis para que estes saiam pelo mundo louvando a Deus
com palavras e gestos, contribuindo assim para sua transformação.
d)Despedida
Passando a despedida para o latim ela
soa da seguinte forma: “Ite, Missa est”. Traduzindo-se para o
português, soa algo como “Ide, tendes uma bênção e uma missão a
cumprir”, pois em latim, missa significa missão ou demissão,
como também pode significar bênção. Nesse sentido, eucaristia significa bênção,
o que não deixa de ser uma realidade, já que através da doação de seu Filho,
Deus abençoa toda a humanidade. De posse desta boa-graça dada pelo Pai, os
cristãos são re-enviados ao mundo para que se tornem eucaristia, fonte de
bênçãos para o próximo. Desse modo a Missa reassume todo seu significado.
Retirado de: http://www.clerus.org