CANONIZAÇÃO DE MADRE TEREZA DE CALCUTÁ
“Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz”.
O Papa Francisco declarou santa neste domingo (4) a Madre Teresa de Calcutá, em uma missa de canonização celebrada na praça de São Pedro, no Vaticano, frente a 100 mil fiéis. "Declaramos a beata Teresa de Calcutá santa e a inscrevemos entre os santos, decretando que seja venerada como tal por toda a Igreja", afirmou Francisco.
Conhecida em vida como "a santa das sarjetas", Madre Teresa de Calcutá foi transformada em santa pela Igreja Católica 19 anos após sua morte. Vencedora do Prêmio Nobel da Paz, ela foi uma das mulheres mais influentes dos 2 mil anos de história da religião, aclamada por seu trabalho com os mais pobres nas favelas da cidade indiana de Calcutá.
A missa para o canonização começou às 10h18 deste domingo (horário local, 5h18 em Brasília) com o canto do hino do Jubileu da Misericórdia. Em seguida, Francisco entrou na praça de São Pedro na habitual procissão. Participam da cerimônia 70 cardeais, 400 bispos e 1,7 mil sacerdotes. O Papa conheceu Teresa pessoalmente, por ocasião de um sínodo de bispos em 1994, em Roma.
DADOS BIBLIOGRÁFICOS
Nascida no dia 27 de agosto de 1910 em Skopje, na Albânia, foi batizada um dia depois de nascer. A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia. Seu verdadeiro nome era Agnes Gonxha Bojaxhiu.
Pouco se sabe sobre sua infância, adolescência e juventude, porque ela não gostava de falar de si mesma. Aos dezoito anos, sentiu o chamado de consagrar-se totalmente a Deus na vida religiosa. Obtido o consentimento dos pais, e por indicação do sacerdote que a orientava, no dia 29 de setembro de 1928, ingressou na Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, situada na Irlanda.
O seu sonho, no entanto, era o trabalho missionário com os pobres na Índia. Cientes disso, suas superioras a enviaram para fazer o noviciado já no campo do apostolado. Agnes então partiu para a Índia e, no dia 24 de maio de 1931, fez a profissão religiosa tomando o nome de Teresa. Houve na escolha deste nome uma intenção, como ela própria dissera: a de se parecer com Teresa de Jesus, a humilde carmelita de Lisieux.
Foi transferida para Calcutá, onde seguiu a carreira docente e, embora vivesse cercada de meninas filhas das famílias mais tradicionais de Calcutá, impressionava-se com o que via ao sair às ruas: os bairros pobres da cidade cheios de crianças, mulheres e idosos cercados pela miséria, pela fome e por inúmeras doenças.
Foi transferida para Calcutá, onde seguiu a carreira docente e, embora vivesse cercada de meninas filhas das famílias mais tradicionais de Calcutá, impressionava-se com o que via ao sair às ruas: os bairros pobres da cidade cheios de crianças, mulheres e idosos cercados pela miséria, pela fome e por inúmeras doenças.
No dia 10 de setembro de 1946, dia que ficou marcado na história das Missionárias da Caridade – congregação fundada por Madre Teresa – como o “Dia da Inspiração”, durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, Madre Teresa deparou com um irmão pobre de rua que lhe disse: “Tenho sede!”. A partir disso, ela afirmou ter tido a clareza de sua missão: dedicar toda sua vida aos mais pobres dos pobres.
Após um tempo de discernimento, com o auxílio do Arcebispo de Calcutá e de sua madre superiora, ela saiu de sua antiga congregação para dar início ao trabalho missionário nas ruas de Calcutá. Começou por reunir um grupo de cinco crianças, num bairro pobre, aos quais começou a ensinar numa escola improvisada. Pouco a pouco, o grupo foi crescendo. Dez dias depois, eram cerca de cinquenta crianças.
O início foi muito desafiador e exigente, mas Deus foi abençoando sua obra e as vocações começaram a surgir entre suas antigas alunas. Em 1949, Madre Teresa começou a escrever as constituições das Missionárias da Caridade e, no dia 7 de outubro de 1950, a congregação fundada por ela foi aprovada pela Santa Sé, expandindo-se por toda a Índia e pelo mundo inteiro anos mais tarde.
No ano de 1979 recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Neste mesmo ano, o Papa João Paulo II a recebeu em audiência privada e a tornou sua melhor “embaixadora” em todas as nações, fóruns e assembléias de todo o mundo.
Com saúde debilitada e após uma vida inteira de amor e doação aos excluídos e abandonados – reconhecida e admirada por líderes de outras religiões, presidentes, universidades e até mesmo por alguns países submetidos ao marxismo – Madre Teresa foi encontrar-se com o Senhor de sua vida e missão no dia 5 de setembro de 1997. Sua despedida atraiu e comoveu milhares de pessoas de todo o mundo durante vários dias.
Foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003, Dia Mundial das Missões.
Esta oração foi composta por Madre Teresa:
Ó Jesus, Tu que sofres,
Faz com que hoje e todos os dias
Eu saiba ver-te na pessoa dos teus doentes.
Oferecendo-lhe os meus cuidados
Que eu te possa servir.
Faz com que,
Mesmo oculto
Sob o disfarce pouco atraente
Da ira, do crime ou da loucura,
Eu saiba ver-te e dizer:
Ó Jesus como é doce servir-te
A ti que sofres!
Dá-me, Senhor, esta visão de fé
E o meu trabalho
Nunca será monótono.
Encontrarei alegria satisfazendo
As pequenas veleidades e desejos
De todos os pobres que sofrem.
Amado doente,
És mais amado ainda para mim
Porque representas Cristo.
Que grande privilégio o meu
Por poder cuidar de ti!
Ó Deus,
Tu que és Jesus que sofre
Digna-te ser também para mim
Um Jesus paciente,
Indulgente com as minhas faltas,
Não vendo senão as minhas intenções,
Que são de Te amar e servir
Na pessoa dos teus filhos
Que sofrem.
Senhor,
Aumenta a minha fé.
Abençoa os meus esforços e trabalhos,
Agora e sempre.
Amen.
SANTA MADRE TEREZA DE CALCUTÁ, ROGAI POR NÓS!