terça-feira, 31 de janeiro de 2012

SERMÃO DE PADRE JOÃO EM MISSA DE COMEMORAÇÃO AOS DOIS ANOS DE SEU SACERDÓCIO

A dignidade do Padre



É o que exprime com admiração S. Lourenço Justiniano, falando dos padre: "Bem alto é o poder que lhes é dado! Quando querem, demudam o pão em corpo de Cristo:
O Verbo encarnado desde do Céu e desce verdadeiramente à mesa do altar! É-lhes dado um poder que nunca foi outorgado aos anjos. Estes se conservam junto do trono de Deus; os sacerdotes têm-no nas mãos, dão-no ao povo e eles próprios o comungam”



I
Idéia da dignidade sacerdotal

Diz Sto. Inácio mártir que a dignidade sacerdotal tem a supremacia entre todas as dignidades criadas. Santo Efrém exclama: “É um prodígio espantoso a dignidade do sacerdócio, é grande, imensa, infinita. Segundo S. João Crisóstomo, o sacerdócio, embora se exerça na terra, deve ser contado no número das coisas celestes. Citando Sto. Agostinho, diz Bartolomeu Chassing
que o sacerdote, alevantado acima de todos os poderes da terra e de todas as grandezas do Céu, só é inferior a Deus. e Inocêncio III assegura que o sacerdote está colocado entre Deus e o homem; é inferior a Deus, mas maior que o homem.
Segundo S. Dionísio, o sacerdócio é uma dignidade angélica, ou antes divina; por isso chama ao padre um homem divino. Numa palavra, concluí Sto. Efrém, a dignidade sacerdotal sobreleva a tudo quanto se pode conceber.
Basta saber-se que, no dizer do próprio Jesus Cristo, os padres devem ser tratados como a sua pessoa: Quem vos escuta, a mim escuta; e quem vos despreza, a mim despreza. Foi o que fez dizer ao autor da Obra imperfeita:
Honrar o sacerdote de Cristo, é honrar o Cristo; e fazer injúria ao sacerdote de Cristo, é fazê-la a Cristo”. Considerando a dignidade dos sacerdotes, Maria d’Oignies beijava a terra em que eles punham os pés.

II
Importância das funções sacerdotais

Mede-se a dignidade do padre pelas altas funções que ele exerce. São os padres escolhidos por Deus, para tratarem na terra de todos os seus negócios e interesses; é uma classe inteiramente consagrada ao serviço do divino Mestre, diz S. Cirilo de Alexandria. Também Sto. Ambrósio chama ao ministério sacerdotal uma “profissão divina”. O sacerdote é o ministro, que o próprio Deus estabeleceu, como embaixador público de toda a Igreja junto dele, para o honrar, e obter da sua bondade as graças necessárias a todos os fiéis.
Não pode a Igreja inteira, sem os padres, prestar a Deus tanta honra, nem obter dele tantas graças, como um só padre que celebra uma missa.
Com efeito, sem os padres, não poderia a Igreja oferecer a Deus sacrifício mais honroso que o da vida de todos os homens: mas o que era a vida de todos os homens, comparada com a de Jesus Cristo, cujo sacrifício tem um valor infinito? O que são todos os homens diante de Deus senão um pouco de pó, ou antes um nada? Isaías diz: São como uma gota de água... e todas
as nações são diante dele, como se não fossem.
Assim, o sacerdote que celebra uma missa rende a Deus uma honra infinitamente maior, sacrificando-lhe Jesus Cristo, do que se todos os homens, morrendo por ele, lhe fizessem o sacrifício das suas vidas. Mais ainda, por uma só missa, dá o sacerdote a Deus maior glória, do que lhe têm dado e hão de dar todos os anjos e santos do Paraíso, incluindo também a Virgem
santíssima; porque não lhe podem dar um culto infinito, como o faz um sacerdote celebrando no altar.
Além disso, o padre que celebra oferece a Deus um tributo de reconhecimento condigno da sua bondade infinita, por todas as graças que ele há sempre concedido, mesmo aos bem-aventurados que estão no Céu. Este reconhecimento condigno nem todos os bem-aventurados juntos o poderiam prestar; de modo que, ainda sob este ponto de vista, a dignidade do padre
está acima de todas as dignidades, sem exceptuar as do Céu.
Mais, o padre é um embaixador enviado pelo universo inteiro, como intercessor junto de Deus, para obter as suas graças para todas as criaturas; assim fala S. João Crisóstomo. Santo Efrém ajunta que o padre trata familiarmente com Deus. Para o padre, numa palavra, não há nenhuma porta fechada.
Jesus Cristo morreu para fazer um padre. Não era necessário que o Redentor morresse para salvar o mundo: uma gota de sangue, uma lágrima, uma prece lhe bastava para salvar todos os homens; porque, sendo esta prece dum valor infinito, era suficiente para salvar, não um mundo, mas milhares de mundos.
Pelo contrário, foi necessária a morte de Jesus Cristo para fazer um padre: pois, doutro modo, — onde se encontraria a Vítima que os padres da lei nova oferecem hoje a Deus, Vítima santíssima, sem mancha, só por si suficiente para honrar a Deus duma maneira condigna de Deus? O sacrifício da vida de todos os anjos e de todos os homens não seria capaz, como acabamos de dizer, de prestar a Deus a honra infinita, que lhe presta um padre com uma só missa.

III
Excelência do poder sacerdotal
Mede-se também a dignidade do padre pelo poder que ele exerce sobre o corpo real e o corpo místico de Jesus Cristo.
Quanto ao corpo real, é de fé que no momento em que o padre consagra, o Verbo encarnado se obrigou a obedecer-lhe, vindo às suas mãos sob as espécies sacramentais. Causou espanto que Deus obedecesse a Josué, e mandasse ao sol que se detivesse à sua voz, quando ele disse: Sol! fica-te imóvel diante de Gabaon... E o sol deteve-se no meio do Céu.
Mas é muito maior prodígio que Deus, em obediência a poucas palavras do padre, desça sobre o altar, ou a qualquer parte em que o sacerdote o chame, quantas vezes o chamar, e se ponha entre as suas mãos, embora esse sacerdote seja seu inimigo! Aí permanece inteiramente à disposição do padre, que pode transportá-lo à sua vontade dum lugar para outro, encerrálo
no tabernáculo, expô-lo no altar, ou ministrá-lo aos outros. É o que exprime com admiração S. Lourenço Justiniano, falando dos padre: “Bem alto é o poder que lhes é dado! Quando querem, demudam o pão em corpo de Cristo:
o Verbo encarnado desde do Céu e desce verdadeiramente à mesa do altar! É-lhes dado um poder que nunca foi outorgado aos anjos. Estes conservam-se junto do trono de Deus; os sacerdotes têm-no nas mãos, dão-no ao povo e eles próprios o comungam”.
Quando ao corpo místico de Jesus Cristo, que se compõe de todos os fiéis, tem o sacerdote o poder das chaves: pode livrar do inferno o pecador, torná-lo digno do Paraíso, e, de escravo do demônio, fazê-lo filho de Deus. O próprio Jesus Cristo se obrigou a estar pela sentença do padre, em recusar ou conceder o perdão, conforme o padre recusar ou dar a absolvição, contanto
que o penitente seja digno dela.
De modo que o juízo de Deus está na mão do padre, diz S. Máximo de Turim. A sentença do padre precede, ajuda S. Pedro Damião, e Deus a subscreve. Assim, conclui S. João Crisóstomo, o Senhor supremo do universo não faz senão seguir o seu servo, confirmando no Céu tudo quanto ele decide na terra.
Os padres, diz Sto. Inácio mártir, são os dispensadores das graças divinas e os consócios de Deus. E, segundo S. Próspero, são a honra e as colunas da Igreja, portas e porteiros do Céu.
Se Jesus Cristo descesse a uma igreja, e se sentasse num confessionário para administrar o sacramento da Penitência, ao mesmo tempo que um padre sentado no outro, o divino Redentor diria: Ego te absolvo o padre diria o mesmo: Ego te absolvo; e os penitentes ficariam igualmente absolvidos, tanto por um como pelo outro.
Que honra para um súdito, se o seu rei lhe desse poder para livrar da prisão quem lhe aprouvesse! Mas muito maior é o poder dado pelo Padre Eterno a Jesus Cristo, e por Jesus Cristo aos padres, para livrarem do inferno, não só os corpos, mas até as almas; esta reflexão é de S. João Crisóstomo.


“Amados me detenho hoje a falar do sacerdócio com essas palavras, agradeço a Deus por esses meus dois anos tão fecundos anos esses que mais que tudo me faz contemplar que parece dizer que tenho apenas algumas horas de padre, mas, parece dizer que já tenho uma eternidade como padre, porque ao mesmo tempo nesse tempo dentro do tempo do tempo dos 2 anos”.

“Hoje eu quero mais do que tudo agradecer a Deus e suplicar aos céus na intercessão de pessoas que foram tão santas para mim, e que foram sinais de uma contemplação para eu realmente enxergar o que é ser sacerdote, dentre eles e tantos quero pedir a intercessão daquele que é o nosso querido D. Jairo, assim como do padre Edmilsom, que ao contemplar essas duas imagens de padres,me fez refletir e até mesmo dizia para mim mesmo, se fosse para morrer hoje para fazer nascer tantas vocações na nossa diocese, eu diria a Deus que queria morrer para fazer nascer tantos padre, para ter a certeza da dignidade de que muitos poderia fazer o céus de Deus se aproximar mais de nós, e nessa grande graça ao contemplar uma vida tão doada como foram a deles, contemplo que numa vida tão doada tão entregue, e tão morte como foi a deles, a nossa vida de sacerdote tem que se configurar a essa graça, morrer para que o Cristo venha a ser aquilo que é mais do que tudo a sua presença de transformação naquilo que é a nossa vida”

Entre lágrimas padre João concluiu seu sermão dizendo : “ minha prece no dia de hoje é essa, sou muito feliz em ser padre”.


Desde o tempo do seminário Padre João disse que já ficava pensando em seus paroquianos, até teria dito aos paroquianos de Natal, que a cada ano de sacerdócio retornaria para comemorar com eles em Natal.

Mas agradeceu ao acolhimento recebido pelos paroquianos de Bonfim, e nesses dois anos vivenciados como padre, sente se muito feliz, e agradeceu àqueles que o ajudou até aqui, e que quando ele chegou aqui foi olhado e acolhido pelos paroquianos de Bonfim como padre.

“As vezes,quantas vezes, tenho ficado até madrugada conversando com algumas pessoas pra tirá-las do inferno, e trazê-las ao céu”.

Em visita ao senhor Antonio, que está internado no hospital, padre João emocionado partilhou, que pode sentir o seu sacerdócio, pode salvar almas, e questão próximas do inferno e a levá-las ao céu, e ainda no hospital a mais de mês internado se alimentando pouco, o senhor Antonio se alegrava ao ver a imagem de padre João e que com alegria pedia a eucaristia.

“Eu queria pedir a Deus pra morrer padre, eu sei que são muitas barreiras na nossa caminhada, mas, essa é a prece do padre hoje, são muitas dores, muitas abnegações, muitas renuncias, mas ao mesmo tempo a certeza de ser padre e chegar ao céu como padre, a dignidade dos santos ao beijar as minhas mãos, sacerdotais e de nossa senhora e dizer muito obrigado, porque muitos estão aqui por ti.”


“Existe a igreja matriz que é a igreja mãe de todas as outras capelas, eu queria agradecer a Deus pela minha matriz na minha vida que não foi à paróquia de Bonfim, nem outra paróquia, mas foi a minha família, a minha grande matriz aminha capela maior a minha catedral aminha mãe meu pai, que me ensinam a cada vez mais a ser padre”.

“Agradecer aminha família que é para mim o meu aroma suave, que é pra mim a minha fortaleza, agradeço a minha matriz a minha catedral que não é uma capelinha, mas é uma grande catedral, a minha mão meu pai, minha avó que tá aqui, meus irmão, e minha irmã que é pra mim o tudo da minha vida”


Após a celebração da missa, padre João convidou a todos os fieis presentes a uma comemoração com um bolo de dois metros quadrados, que aconteceu na Sociedade União e Recreio.
E ao som do artista Wagner Rosa, os presentes cantaram os parabéns a padre João.


Netto MAravilha - Pascom de Bonfim